A Mata do Mosteiro é uma vasta vegetação localizada no Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Mosteiro Nossa Senhora das Graças, bem cultural tombado sobre terreno de aproximadamente 36 mil m² distribuídos pelos bairros Luxemburgo, Vila Paris, Santa Lúcia, São Bento e Conjunto Santa Maria.
Sua área verde cobre cerca de 88% do Conjunto Arquitetônico e, destes, faz parte o tradicional Parque Tom Jobim. A Mata do Mosteiro apresenta ipês, jacarandás, eucaliptos, pinheiros, abacateiros, mangueiras, laranjeiras, bananeiras, jambeiros, limoeiros, paineiras e quaresmeiras, o que denota sua vegetação exuberante, assim como animais de pequeno porte, como macacos, gambás, maritacas, tucanos e jacus, importantes espécimes da fauna brasileira e, não à toa, ela contribui para a amenização do clima e para a preservação da diversidade ecológica da região.
Área de Proteção Ambiental
O terreno faz parte da bacia do córrego do Leitão, atualmente canalizado, recebendo e infiltrando grande parte das águas da chuva. Além disso, há duas nascentes no local, onde antes também havia uma lagoa e um brejo. Em razão da presença das nascentes, a Gerência de Áreas Verdes e Arborização Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte, no Parecer Técnico nº 0036/12, decretou que parcela do terreno constitui área de proteção permanente.
Ademais, o Plano Diretor classifica parcela considerável da área como PA-1, que constitui o zoneamento urbano mais protetivo em relação ao meio ambiente natural, sendo que o restante é classificado como PA-2.
Recentemente, parcela relevante da Mata do Mosteiro foi ameaçada pela Operação Urbana Simplificada que se pretendia realizar, o que acarretaria a permissão para que empresas construíssem edificações no local. Foi necessário que a comunidade se mobilizasse em diversas frentes, com audiências junto a vereadores, deputados e secretários, bem como mediante representação ao Ministério Público e ajuizamento de Ação Popular, para frear essa iniciativa.
Cabe destacar que, conforme cita o seu dossiê de tombamento, referenciado na Deliberação nº 61/2004 do Conselho do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, a Mata do Mosteiro “oxigena e equilibra o meio ambiente, como um oásis em torno da densificada ocupação que vem sendo feita pela vizinhança, confundindo sua história com a história do bairro e da região”. Notadamente, a Mata assume papel relevante na contenção dos impactos negativos das enchentes, à medida em que contribui substancialmente para a absorção das águas da chuva e para a manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Por ora, a comunidade conseguiu parar a Operação Urbana, mas a qualquer momento novas investidas contra a área podem ocorrer. Por isso, é necessário reforçar a proteção da Mata do Mosteiro e adjacências, e a Amalux tem papel fundamental nesse processo, contando com o apoio da comunidade dos bairros aqui representados. Juntos, vamos somar forças e defender nosso símbolo verde.